Algumas doenças do intestino são assintomáticas, podendo gerar demora na procura de um médico especialista e fazendo com que seja mais difícil realizar o diagnóstico rápido da doença para iniciar o tratamento.
Quando aparecem os sintomas, eles podem confundir, porque são comuns em diversas outras doenças, inclusive a diferentes doenças do intestino, então uma analise adequada dos sintomas deve ser feita para saber qual a doença que esta se manifestando.
Conheça 8 doenças do intestino cujo diagnóstico precoce faz diferença na resposta do tratamento.
1) Síndrome do intestino irritável (SII)
Trata-se de uma das doenças do intestino de difícil diagnóstico. É preciso muitos exames laboratoriais. Quando os resultados dos exames não indicam outras possibilidades, a SII é confirmada por exclusão.
Os sintomas são comuns em muitas doenças do intestino: prisão de ventre ou diarreia (em alguns casos alternância de ambas), gases, dores abdominais intensas e perda de peso. Não se conhece as causas, mas as crises parecem estar relacionadas a situações de stress ou de desgaste emocional. Mulheres abaixo de 50 anos são mais afetadas.
A síndrome do intestino irritável não tem cura, mas os sintomas podem ser monitorados e aliviados com medicamentos (analgésicos, laxantes e reguladores da digestão).
Quando fatores emocionais são responsáveis pelo desencadeamento de crises, pode ser necessário o uso de antidepressivo ou acompanhamento psiquiátrico. Identificar e evitar alimentos que possam disparar os sintomas também é uma recomendação dos gastroenterologistas.
2) Doença de Crohn
É uma doença do intestino que ocasiona inflamação crônica da parede intestinal, acompanhada de fístulas e abscessos. Existem casos que a Doença de Crohn alcança também outras partes do sistema digestivo. Sua causa é desconhecida, mas há relação com deficiências no sistema imunológico.

Os mais afetados são homens e mulheres abaixo dos 30 anos. O diagnóstico é feito mediante colonoscopia e tomografia computadorizada, ou ressonância magnética. Os sintomas mais comuns são: cólicas abdominais, perda de apetite e de peso, diarreia crônica e febre.
A doença de Crohn não tem cura. A prescrição medicamentosa procura aliviar os sintomas, mas alguns casos demandam procedimento cirúrgico. Antidiarreicos, anti-inflamatórios, antibióticos e imunomoduladores compõem o tratamento. A terapia nutricional também pode ser adotada, caso tenha sido identificada grave perda de peso.
3) Colite ulcerosa
É uma doença crônica de causas desconhecidas, caracterizada pela inflamação e ulceração do intestino grosso. A colite ulcerativa causa crises de diarreia com sangue, cólicas abdominais e febre.
É diagnosticada com uma sigmoidoscopia, exame pouco invasivo do intestino grosso, com introdução de uma microcâmera no reto. A colonoscopia também pode ser solicitada para formulação do diagnóstico. A colite ulcerativa pode começar em qualquer idade, mas a maior incidência ocorre antes dos 30 anos.
Aquele que desenvolve a colite ulcerativa tem alto risco de também desenvolver câncer de cólon. O tratamento visa o controle da inflamação, alívio dos sintomas e reposição de quaisquer perdas de líquidos e nutrientes. Anti-inflamatórios, imunomoduladores, cirurgia e regimes de manutenção para conter e evitar novas manifestações dos sintomas são os tratamentos mais recomendados.
4) Câncer de intestino
Esta é uma das doenças do intestino mais graves. Trata-se do surgimento de um tumor no intestino (compreendendo intestinos grosso e fino, reto e ânus). Recebe o nome de câncer colorretal quando afeta somente intestino grosso e reto.
Caso não seja tratado, o câncer pode se espalhar para outros órgãos, por proximidade ou pela corrente sanguínea, comprometendo outras funções do organismo. Os sintomas do câncer de intestino são: diarreia, sangue nas fezes, dores abdominais, infecção intestinal, hemorroidas, fezes de cor escura, gases e cólicas abdominais, perda de peso, fadiga e anemia.
O diagnóstico é obtido com colonoscopia, tomografia computadorizada e exame de fezes. A causa costuma ser genética, de acordo com análises de históricos familiares. Doenças do intestino preexistentes podem também contribuir com o surgimento deste tipo de tumor.
Ainda não foi comprovado, mas acredita-se que dietas pobres em fibras e ricas em gorduras podem estimular o nascimento de células-tronco no intestino, que, em elevado número, podem causar formação de tumores.
Você também pode gostar desses conteúdos:
5) Pseudo-obstrução intestinal crônica (CIPO)
É uma doença gastrointestinal rara, que manifesta os sintomas de uma uma obstrução intestinal sem, contudo, haver evidência de uma real obstrução. A pseudo obstrução intestinal crônica (ou POIC) afeta o intestino delgado,cólon, esôfago e estômago .
Os sintomas variam de acordo com o local afetado, mas entre eles estão náusea, vômitos, diarreias, constipação e perda de peso. O diagnóstico costuma ser feito com endoscopia e radiografias. A POIC ainda não tem causas determinadas, mas especialistas apontam um tipo de falha na musculatura do intestino.
Há também a suspeita de um problema na estimulação nervosa da região gastrointestinal. O tratamento inclui medicamentos analgésicos e acompanhamento psicológico para administrar a questão da dor.
Dependendo da gravidade da doença, outros medicamentos podem participar do tratamento e, em alguns casos, a cirurgia é considerada. Nos casos em que o paciente não consegue ingerir alimentos, o médico pode indicar a nutrição parenteral (administração de de nutrientes por via intravenosa).
6) Retocolite ulcerativa (RU)
Essa doença do intestino causa inflamação no revestimento do cólon e/ou no reto. Apresenta-se em 5 subtipos:
- Proctite ou proctite ulcerativa: atinge o reto;
- Proctossigmoidite: atinge reto e extremidade inferior do cólon;
- Retocolite distal: afeta o cólon, no lado esquerdo do abdômen;
- Pancolite: afeta quase todo o cólon;
- Retocolite fulminante: compromete todo o cólon.
A Retocolite ulcerativa é mais frequente em homens e mulheres entre os 30 e 40 anos. Os sintomas são dores abdominais, fezes com sangue e muco, diarreia ou constipação, perda de peso, fadiga e anemia A colonoscopia é o exame mais importante para confirmação do diagnóstico.
A causa é desconhecida, mas foi identificada uma tendência genética, tendo em vista o número de casos na mesma família. Para conter a crise e atingir a remissão, anti-inflamatórios, corticoides, e imunomoduladores são indicados. Em situações mais complicadas, o médico pode recorrer à cirurgia de remoção do cólon e do reto.
7) Endometriose intestinal
Das doenças do intestino apresentadas, esta tem a peculiaridade de atingir somente mulheres (até os 40 anos). A endometriose intestinal ocorre quando são identificadas partes do tecido endometrial (que reveste cavidade do útero) no intestino, comumente cólon e reto.

Durante a menstruação, partes do tecido endometrial são eliminadas no fluxo sanguineo. Mas algumas destas partes podem se acomodar nos ovários, trompas de falópio ou no intestino, que é quando temos a endometriose intestinal.
Os sintomas incluem sensação de evacuação incompleta, dores abdominais e sangramento retal, mas existem casos assintomáticos.
O diagnóstico é confirmado com ressonância magnética e o tratamento é iniciado com medicamentos hormonais. A cirurgia é indicada quando os sintomas são intensos e os remédios não surtem efeito. O procedimento cirúrgico retira o tecido endometrial, mas há possibilidade de recaída. Exames periódicos para monitoramento são recomendados.
8) Diverticulite e Diverticulose
São doenças do intestino co-relacionadas, frequentes em homens e mulheres. Os diagnósticos aumentam conforme o avançar da idade. Diverticulose é o surgimento de pequenas bolsas na parede intestinal. A doença costuma ser assintomática.
A diverticulite é uma complicação da diverticulose. Dores fortes na parte inferior esquerda do abdome, febre, constipação, diarreia com muco, pus ou sangue, náuseas e vômitos são os sintomas mais comuns.
A causa destes dois males não é conhecida. Dietas pobres em fibras e sedentarismo são apontados como fator de risco. O estresse é tido como um agravante do quadro. O tratamento da diverticulose envolve dieta rica em fibras e medicação para umedecer e aumentar o volume das fezes.
Já na diverticulite, vai depender da gravidade do caso. Pode haver recomendação de repouso, dietas específicas, antibióticos ou mesmo reposições de líquidos na veia e cirurgia.
Gostou deste artigo sobre doenças do intestino? Então deixe sua opinião nos comentários e curta O universo da saúde no Facebook!